Meta descrição: Entenda como o perfeccionismo pode prejudicar sua vida e aprenda estratégias práticas para superar essa armadilha mental que impede seu progresso e felicidade no dia a dia.
Você já se pegou refazendo a mesma tarefa várias vezes porque “ainda não estava boa o suficiente”? Ou talvez tenha deixado de começar um projeto porque tinha medo de não conseguir fazer algo perfeito? Se você respondeu sim, não está sozinho. Essa sensação de nunca estar fazendo o bastante ou de sempre poder fazer melhor é mais comum do que imaginamos. E ela tem um nome: perfeccionismo.
O que muitas pessoas não sabem é que essa busca constante pela perfeição, que parece algo positivo à primeira vista, pode se tornar uma verdadeira prisão. Uma prisão que nos impede de agir, de crescer e, muitas vezes, de ser feliz com nossas conquistas.
O que é realmente o perfeccionismo
O perfeccionismo vai muito além de querer fazer as coisas bem feitas. É uma forma de pensar que coloca padrões impossíveis de serem alcançados. É como se você estivesse sempre correndo atrás de uma linha de chegada que se move para longe cada vez que você se aproxima dela.
Imagine que você está pintando um quadro. Uma pessoa normal ficaria satisfeita quando o quadro ficasse bonito e transmitisse a mensagem desejada. Já alguém com tendências perfeccionistas continuaria adicionando detalhes, corrigindo pequenas imperfeições que talvez nem existam, e no final, pode até desistir de mostrar o quadro para alguém porque “não ficou como deveria”.
Essa busca pela perfeição nasce, muitas vezes, de experiências da infância. Talvez você tenha crescido ouvindo que só era bom o suficiente quando tirava nota máxima, ou que seus esforços só tinham valor quando o resultado era impecável. Com o tempo, essa voz interna se torna tão forte que passa a controlar nossas decisões.
Os diferentes tipos de padrões excessivos
Nem todo mundo vive o perfeccionismo da mesma forma. Algumas pessoas se cobram demais no trabalho, outras nas relações pessoais, e há quem seja exigente demais consigo mesmo em todos os aspectos da vida.
O perfeccionista do trabalho é aquela pessoa que fica até tarde no escritório, não porque tenha muito trabalho, mas porque quer revisar tudo mais uma vez. Ela tem dificuldade de delegar tarefas porque acredita que ninguém fará tão bem quanto ela.
O perfeccionista dos relacionamentos se preocupa constantemente em agradar todo mundo. Ele evita conflitos a todo custo e se cobra para ser sempre compreensivo, carinhoso e disponível, mesmo quando isso o deixa esgotado.
O perfeccionista da aparência gasta horas se arrumando e ainda assim não se sente bem consigo mesmo. Ele adia compromissos importantes porque não consegue escolher a roupa “perfeita” ou porque acha que não está com a aparência adequada.
Como a busca pela perfeição se torna uma armadilha
O grande problema não é querer fazer as coisas bem feitas. O problema surge quando essa vontade se transforma em algo que nos paralisa. É como se fôssemos um carro com o freio de mão puxado: queremos andar, mas algo nos impede de sair do lugar.
A paralisia do início
Muitas pessoas deixam de começar projetos importantes porque têm medo de não conseguir executá-los perfeitamente. É o estudante que não escreve a redação porque não consegue pensar na frase de abertura perfeita. É o empreendedor que tem uma ideia brilhante, mas nunca abre o negócio porque quer que tudo esteja absolutamente perfeito antes de começar.
Essa paralisia acontece porque o medo do fracasso se torna maior que o desejo de tentar. E quando não tentamos, garantimos que nunca vamos conseguir nada.
O ciclo da insatisfação constante
Outro aspecto doloroso dessa condição é que, mesmo quando conseguimos fazer algo bem feito, não conseguimos sentir satisfação. Sempre há algo que poderia ter sido melhor, algum detalhe que passou despercebido, alguma forma de ter feito diferente.
É como subir uma montanha e, em vez de apreciar a vista do topo, ficar olhando para montanhas mais altas ao redor. A sensação de conquista nunca chega, e isso gera um cansaço emocional muito grande.
A comparação constante
O perfeccionista tem uma tendência natural de se comparar com outras pessoas, mas de uma forma muito cruel consigo mesmo. Ele sempre encontra alguém que faz algo melhor e usa isso como prova de que seu próprio trabalho não vale nada.
É importante entender que comparação é uma armadilha. Cada pessoa tem sua história, suas habilidades e suas circunstâncias. Quando nos comparamos com outros, estamos comparando nossos bastidores com o palco das outras pessoas.
Os sinais de que você pode estar sendo muito exigente consigo mesmo

Às vezes, é difícil perceber quando nossa busca por qualidade se transformou em algo prejudicial. Aqui estão alguns sinais que podem ajudar você a identificar se está sendo excessivamente exigente consigo mesmo:
Você adia tarefas importantes porque não consegue fazê-las “do jeito certo” desde o início. É comum deixar para depois aquilo que consideramos difícil ou importante demais para ser feito de qualquer forma.
Você refaz as coisas várias vezes mesmo quando já estão adequadas. Talvez você reescreva e-mails simples cinco vezes antes de enviá-los, ou reorganize a mesa de trabalho constantemente.
Você tem dificuldade para aceitar elogios. Quando alguém reconhece seu trabalho, você imediatamente pensa em tudo que poderia ter sido melhor, em vez de simplesmente agradecer e se sentir bem.
Você se crítica de forma muito dura. Sua voz interna é mais severa com você do que seria com qualquer amigo. Você se chama de nomes que jamais chamaria outra pessoa.
Você evita tentar coisas novas porque tem medo de não ser bom desde o começo. Essa evitação pode estar impedindo você de aprender novas habilidades ou de viver experiências enriquecedoras.
O impacto nas relações pessoais
O perfeccionismo não afeta apenas a pessoa que o vive, mas também suas relações. Quando alguém se cobra demais, muitas vezes acaba cobrando demais dos outros também. É difícil conviver com alguém que nunca está satisfeito com nada.
Além disso, o medo de decepcionar pode fazer com que a pessoa evite se aproximar dos outros. Ela prefere manter distância a correr o risco de não ser aceita caso mostre suas imperfeições.
O cansaço mental e emocional
Viver tentando ser perfeito é extremamente cansativo. É como carregar uma mochila pesada o tempo todo. A mente nunca descansa porque sempre há algo para melhorar, algo para corrigir, algo para se preocupar.
Esse cansaço constante pode levar à ansiedade, tristeza profunda e até mesmo ao esgotamento total. O corpo e a mente têm limites, e quando ultrapassamos esses limites constantemente, pagamos um preço alto.
Por que é tão difícil abandonar a busca pela perfeição
Pode parecer estranho, mas muitas pessoas têm dificuldade de abandonar o perfeccionismo porque acreditam que ele as protege de algo pior. É como se fosse um escudo contra a crítica, a rejeição ou o fracasso.
O medo do julgamento
Uma das principais razões pelas quais mantemos padrões impossíveis é o medo de que outras pessoas nos julguem. Acreditamos que, se fizermos algo imperfeito, seremos criticados, rejeitados ou considerados incompetentes.
O que não percebemos é que, na tentativa de evitar qualquer crítica, acabamos não fazendo nada. E não fazer nada é, paradoxalmente, uma forma de fracassar.
A ilusão de controle
O perfeccionismo também dá uma falsa sensação de controle. Quando nos concentramos em cada detalhe mínimo, sentimos que estamos no comando da situação. Na realidade, estamos sendo controlados pelo nosso próprio medo.
A vida é incerta por natureza. Há coisas que simplesmente não podemos controlar, não importa o quanto nos esforcemos. Aceitar essa realidade é libertador, mas também assustador para quem está acostumado a tentar controlar tudo.
A identidade construída em torno da excelência
Para muitas pessoas, ser “o perfeccionista” se tornou parte de sua identidade. Elas se veem como pessoas que fazem tudo bem feito, que são confiáveis e competentes. A ideia de relaxar esses padrões parece uma traição a si mesmas.
O problema é que essa identidade é construída sobre uma base frágil. Quando inevitavelmente algo não sai perfeito, toda a autoestima desmorona.
Estratégias práticas para superar a paralisia
A boa notícia é que é possível mudar essa forma de pensar. Não é fácil, e não acontece da noite para o dia, mas com paciência e as estratégias certas, você pode se libertar dessa prisão mental.
Comece pequeno e imperfeito
Uma das melhores formas de combater o perfeccionismo é praticar fazer coisas deliberadamente imperfeitas. Isso pode soar estranho no início, mas é um exercício poderoso.
Escolha uma tarefa pequena e sem muita importância talvez organizar uma gaveta ou escrever um e-mail casual. Faça essa tarefa de forma “boa o suficiente” e pare por aí. Não revise, não melhore, não adicione detalhes. Apenas aceite que está bom assim.
No começo, isso vai gerar desconforto. Sua mente vai querer voltar e “arrumar” as coisas. Resista a essa vontade. Com o tempo, você vai perceber que o mundo não acabou porque algo não ficou perfeito.
A regra dos 80%
Uma técnica muito útil é adotar a regra dos 80%. Isso significa que, quando algo estiver 80% bom, você para e considera a tarefa concluída. Os últimos 20% de perfeição geralmente demandam 80% do esforço total, e nem sempre vale a pena.
Por exemplo, se você está escrevendo um relatório para o trabalho, quando ele estiver claro, bem estruturado e com as informações principais, pare. Não gaste horas procurando a palavra perfeita para cada frase.
Defina limites de tempo
Estabeleça prazos realistas para suas tarefas e se comprometa a respeitá-los. Se você tem duas horas para fazer uma apresentação, quando as duas horas acabarem, a apresentação está pronta, independentemente de como ela esteja.
Essa técnica força você a focar no que realmente importa e evita que você se perca em detalhes irrelevantes.
Pratique a auto-compaixão
Aprenda a falar consigo mesmo como falaria com um bom amigo. Quando algo não sair como esperado, em vez de se criticar duramente, seja gentil consigo mesmo.
Em vez de pensar “Sou um fracasso, não consigo fazer nada direito”, tente: “Dessa vez não saiu como eu queria, mas isso faz parte do processo de aprender. Da próxima vez posso tentar de forma diferente.”
Celebre os progressos, não apenas os resultados
O perfeccionista tem dificuldade de reconhecer o progresso porque está sempre focado no resultado final. Aprenda a valorizar cada passo que dá em direção ao seu objetivo.
Se você está aprendendo a tocar violão, celebre quando conseguir tocar uma música simples, mesmo que ainda cometa alguns erros. Se está tentando se exercitar mais, comemore o fato de ter ido à academia três vezes na semana, mesmo que seu objetivo original fosse cinco vezes.
A importância de aceitar a imperfeição como parte da vida
A vida não é um livro de receitas onde, se seguirmos todos os passos corretamente, o resultado será sempre perfeito. A vida é mais como uma dança improvisada, onde precisamos nos adaptar constantemente ao ritmo da música.
Aprendendo com os erros
Os erros não são fracassos; são informações valiosas sobre o que funciona e o que não funciona. Cada erro é uma oportunidade de aprender algo novo sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor.
Pense em uma criança aprendendo a andar. Ela cai dezenas de vezes, mas não desiste. Ela não se culpa por não conseguir andar perfeitamente desde a primeira tentativa. Ela simplesmente se levanta e tenta novamente.
A beleza do “bom o suficiente”
Existe uma beleza especial nas coisas que são “bom o suficiente”. Um jardim com algumas flores tortas pode ser mais charmoso que um jardim geometricamente perfeito. Uma conversa espontânea com alguns silêncios desconfortáveis pode ser mais autêntica que um diálogo ensaiado.
Quando aceitamos que “bom o suficiente” é realmente bom, abrimos espaço para a espontaneidade, para a criatividade e para a alegria genuína.
Redefinindo o sucesso
Talvez seja hora de repensar o que significa ter sucesso. Em vez de definir sucesso como “fazer tudo perfeitamente”, que tal defini-lo como “tentar, aprender e crescer”?
O sucesso pode ser terminar um projeto mesmo que não esteja perfeito. Pode ser ter uma conversa difícil mesmo que você gagueje algumas palavras. Pode ser cozinhar um jantar mesmo que a comida queime um pouquinho.
Como construir uma mentalidade mais saudável
Mudar uma forma de pensar que está conosco há anos não é fácil, mas é possível. Como qualquer mudança importante, requer paciência, prática e, principalmente, gentileza consigo mesmo durante o processo.
Questione seus pensamentos
Quando você perceber que está se cobrando demais, faça uma pausa e se pergunte: “Esse padrão que estou me impondo é realista? Eu cobraria isso de um amigo querido? O que realmente aconteceria se eu fizesse isso de forma imperfeita?”
Muitas vezes, quando paramos para analisar nossos pensamentos, percebemos que eles são muito mais severos do que a situação realmente exige.
Pratique a exposição gradual
Assim como alguém que tem medo de altura precisa se expor gradualmente a alturas maiores, você pode se expor gradualmente a situações onde não pode controlar o resultado perfeitamente.
Comece com situações de baixo risco. Talvez envie um e-mail sem revisar dez vezes, ou publique uma foto nas redes sociais sem usar filtros. Conforme for se sentindo mais confortável, vá aumentando o desafio.
Foque no processo, não no resultado
Em vez de se concentrar apenas no resultado final, aprenda a valorizar o processo. O que você está aprendendo? Como está crescendo? Que habilidades está desenvolvendo?
Quando o foco está no processo, cada tentativa tem valor, independentemente do resultado. Isso tira a pressão de ter que acertar sempre na primeira vez.
Cerque-se de pessoas que apoiam seu crescimento
As pessoas ao nosso redor influenciam muito nossa forma de pensar. Procure conviver com pessoas que valorizam o esforço e o crescimento, não apenas os resultados perfeitos.
Evite pessoas que estão sempre apontando falhas ou que só reconhecem seus esforços quando tudo sai perfeitamente. Você merece estar cercado de pessoas que te apoiam e que entendem que todos somos humanos.
Transformando a autocrítica em autocompaixão
A autocrítica severa é uma das marcas do perfeccionismo. É aquela voz interna que está sempre apontando o que você fez errado, o que poderia ter feito melhor, o que ainda não é bom o suficiente.
Reconhecendo a voz crítica
O primeiro passo para mudar é reconhecer quando essa voz crítica está falando. Preste atenção aos seus pensamentos ao longo do dia. Quando você perceber que está sendo muito duro consigo mesmo, simplesmente reconheça: “Ah, lá está minha voz crítica de novo.”
Não tente lutar contra ela ou forçá-la a se calar. Apenas a reconheça com curiosidade, como se fosse um vizinho barulhento que você já conhece bem.
Desenvolvendo uma voz mais gentil
Comece a cultivar uma voz interna mais gentil e compreensiva. Quando algo não sair como planejado, em vez de se atacar, tente ser curioso sobre o que aconteceu.
Em vez de “Sou um idiota, como pude cometer esse erro?”, tente: “Que interessante, isso não saiu como eu esperava. O que posso aprender com essa situação?”
A prática da autocompaixão diária
Reserve alguns minutos do seu dia para praticar a autocompaixão. Pode ser de manhã, quando acordar, ou à noite, antes de dormir. Fale consigo mesmo como falaria com alguém que ama muito.
Reconheça suas dificuldades sem minimizá-las, mas também sem dramatizá-las. Lembre-se de que todos os seres humanos enfrentam desafios e cometem erros. Você não está sozinho nessa jornada.
Estratégias práticas para o dia a dia

Agora que você entende melhor como o perfeccionismo funciona e como ele pode ser prejudicial, vamos ver algumas estratégias práticas que você pode usar no seu dia a dia.
A técnica do “rascunho ruim”
Quando você tem que fazer algo importante, como escrever um texto ou preparar uma apresentação, comece fazendo intencionalmente um “rascunho ruim”. Não se preocupe com a qualidade; apenas coloque suas ideias no papel.
A mágica dessa técnica é que, uma vez que você tem algo escrito, fica muito mais fácil melhorar. É mais fácil editar algo que existe do que criar algo do zero em um estado perfeito.
O cronômetro é seu amigo
Use um cronômetro para limitar o tempo que você gasta em cada tarefa. Isso força você a focar no essencial e evita que você se perca em detalhes irrelevantes.
Por exemplo, dê a si mesmo 30 minutos para limpar a casa. Quando o cronômetro tocar, pare, mesmo que ainda haja algumas coisas que poderiam ser arrumadas. Com o tempo, você vai perceber que a casa ficou limpa o suficiente.
A lista de “feito”
Em vez de focar apenas no que ainda precisa ser feito, mantenha uma lista das coisas que você já completou. Isso ajuda a reconhecer seus progressos e a sentir satisfação com suas conquistas.
No final de cada dia, escreva pelo menos três coisas que você fez bem, mesmo que sejam pequenas. Pode ser “terminei o relatório”, “fui gentil com o colega estressado” ou “comi uma refeição saudável”.
Pratique dizer “não” ao perfeccionismo
Quando você perceber que está caindo na armadilha do perfeccionismo, pratique dizer “não” para essa voz. Pode ser literalmente falado em voz alta: “Não, isso já está bom o suficiente” ou “Não, não preciso refazer isso novamente.”
Essa prática simples ajuda a criar um espaço entre você e seus pensamentos perfeccionistas, dando a você mais controle sobre suas ações.
Criando novos hábitos de pensamento
Mudar padrões de pensamento profundamente enraizados leva tempo, mas é possível. Como qualquer habilidade, requer prática consistente.
O poder das afirmações realistas
Em vez de tentar se convencer de que você é perfeito (o que sua mente crítica nunca vai aceitar), pratique afirmações realistas e gentis:
- “Estou fazendo o melhor que posso com os recursos que tenho agora”
- “É normal cometer erros; isso faz parte de ser humano”
- “Posso aprender e crescer sem ter que ser perfeito”
- “Meu valor como pessoa não depende da perfeição dos meus trabalhos”
Mudando o foco: do resultado para o esforço
Aprenda a valorizar seu esforço tanto quanto valoriza o resultado. Quando você se dedica a algo com sinceridade, isso já tem valor, independentemente do resultado final.
É como plantar uma semente. Você pode cuidar dela com carinho, regá-la e dar todo o amor que conseguir, mas não pode controlar exatamente como ela vai crescer. O valor está no cuidado que você oferece, não apenas na planta que nasce.
Desenvolvendo a paciência consigo mesmo
A mudança não acontece da noite para o dia. Haverá dias em que você vai voltar aos padrões antigos de cobrança excessiva. Isso é normal e esperado.
Seja paciente consigo mesmo durante esse processo. Cada vez que você reconhece o perfeccionismo e escolhe agir de forma diferente, você está fortalecendo novos caminhos mentais.
Quando buscar ajuda profissional
Embora muitas pessoas consigam trabalhar suas tendências perfeccionistas sozinhas, às vezes é importante buscar ajuda profissional. Isso não é sinal de fraqueza; é sinal de sabedoria e autocuidado.
Sinais de que pode ser hora de buscar apoio
Se o perfeccionismo está impedindo você de viver sua vida de forma plena, pode ser hora de conversar com um psicólogo. Alguns sinais incluem:
- Ansiedade constante relacionada ao desempenho
- Evitação de situações importantes por medo de não ser perfeito
- Crítica interna tão severa que afeta sua autoestima
- Dificuldade de manter relacionamentos por causa das cobranças excessivas
- Sensação de que nada que você faz nunca é suficiente
O que esperar do processo terapêutico
Um profissional qualificado pode ajudar você a entender as raízes do seu perfeccionismo e desenvolver estratégias personalizadas para lidar com ele. O processo é gradual e respeitoso ao seu ritmo.
Na terapia, você aprenderá a questionar pensamentos automáticos, a desenvolver uma relação mais saudável consigo mesmo e a construir habilidades práticas para lidar com a ansiedade e a autocrítica.
A vida além da perfeição

Imagine como seria sua vida se você não tivesse que se preocupar constantemente em fazer tudo perfeitamente. Imagine a energia que você teria para coisas realmente importantes se não gastasse tanto tempo se preocupando com detalhes irrelevantes.
Mais energia para o que importa
Quando você para de gastar energia tentando controlar cada detalhe, sobra muito mais energia para as coisas que realmente importam: relacionamentos, crescimento pessoal, momentos de alegria e contribuições significativas para o mundo.
Maior criatividade e espontaneidade
O perfeccionismo mata a criatividade porque a criatividade requer experimentação, e experimentação significa aceitar que nem tudo vai dar certo. Quando você se liberta dessa necessidade de controle total, sua criatividade pode florescer.
Relacionamentos mais autênticos
Quando você aceita suas próprias imperfeições, fica mais fácil aceitar as imperfeições dos outros também. Isso permite relacionamentos mais profundos e autênticos, baseados na realidade de quem vocês realmente são, não em versões idealizadas.
Mais coragem para tentar coisas novas
Sem o medo paralisante de não ser perfeito, você pode se permitir experimentar coisas novas. Pode tentar aquele hobby que sempre quis, se candidatar àquela vaga que parece desafiadora, ou ter aquela conversa importante que vem adiando.
Mantendo o equilíbrio: qualidade sem obsessão
É importante esclarecer que superar o perfeccionismo não significa se tornar desleixado ou não se importar com a qualidade do que você faz. Significa encontrar um equilíbrio saudável entre fazer as coisas bem feitas e não se tornar escravo de padrões impossíveis.
Definindo padrões realistas
Aprenda a definir padrões que sejam desafiadores mas alcançáveis. Pergunte-se: “O que é realmente necessário nesta situação?” e “Qual é o mínimo viável que ainda me deixará satisfeito?”
Reconhecendo quando a perfeição é necessária
Há momentos em que um alto nível de precisão é realmente importante, como quando você está fazendo uma cirurgia ou cuidando da segurança de alguém. Aprenda a distinguir essas situações das situações cotidianas onde “bom o suficiente” é perfeitamente adequado.
Desenvolvendo discernimento
Com o tempo, você desenvolverá um senso melhor de quando vale a pena investir energia extra em algo e quando é melhor aceitar um resultado satisfatório. Esse discernimento é uma habilidade valiosa que vem com a prática.
Construindo uma vida mais leve e satisfatória
Superar o perfeccionismo é um presente que você dá a si mesmo. É escolher uma vida mais leve, mais espontânea e mais alegre. É decidir que você vale mais do que a soma dos seus resultados.
Celebrando a humanidade
Ser humano significa ser imperfeito, e isso não é uma falha de design é uma característica. Nossas imperfeições nos tornam únicos, interessantes e relacionáveis. Elas são parte do que nos faz humanos.
Encontrando paz na incerteza
A vida sempre será incerta, e sempre haverá coisas fora do nosso controle. Quando aceitamos isso, em vez de lutarmos contra, encontramos uma paz profunda. É a paz de quem sabe que está fazendo o melhor que pode com o que tem.
Vivendo o presente
O perfeccionismo nos mantém presos no futuro sempre pensando em como as coisas deveriam ser. Quando nos libertamos dessa prisão, podemos realmente viver o presente, aproveitando a vida como ela é, não como achamos que deveria ser.
Conclusão: sua jornada rumo à liberdade
O perfeccionismo pode ter sido uma estratégia útil em algum momento da sua vida, talvez tenha te ajudado a alcançar certos objetivos ou a evitar algumas situações difíceis. Mas se agora ele está mais atrapalhando do que ajudando, é hora de deixá-lo ir.
Isso não significa baixar seus padrões ou parar de se esforçar. Significa escolher padrões que te movem para frente em vez de te paralisar. Significa valorizar o progresso acima da perfeição e a autenticidade acima da imagem.
Sua jornada para superar o perfeccionismo é única. Não há uma fórmula mágica que funciona para todo mundo, nem um tempo determinado para que a mudança aconteça. O importante é começar, dar um passo de cada vez, e ser gentil consigo mesmo durante todo o processo.
Você não precisa ser perfeito para ser valioso. Você não precisa ter todas as respostas para começar. Você não precisa esperar estar pronto para viver sua vida plenamente.
A vida está acontecendo agora, com todas as suas imperfeições e incertezas. E você merece vivê-la completamente, sem esperar pelo momento perfeito que talvez nunca chegue.
Principais pontos abordados:
• O perfeccionismo é diferente de querer fazer bem feito – é uma forma de pensamento que estabelece padrões impossíveis e paralisa a ação
• A busca pela perfeição pode surgir de experiências da infância e se manifesta de diferentes formas: no trabalho, relacionamentos ou aparência pessoal
• Os sinais incluem procrastinação, refazer tarefas constantemente e dificuldade para aceitar elogios ou tentar coisas novas
• A paralisia acontece pelo medo do julgamento e pela ilusão de controle sobre situações que nem sempre podemos dominar
• Estratégias práticas incluem a regra dos 80%, começar com tarefas deliberadamente imperfeitas e estabelecer limites de tempo
• A autocompaixão é fundamental – tratar a si mesmo com a mesma gentileza que trataria um bom amigo
• Erros são oportunidades de aprendizado, não fracassos, e “bom o suficiente” tem sua própria beleza e valor
• Buscar ajuda profissional é recomendado quando o perfeccionismo impede significativamente a qualidade de vida e relacionamentos
• O equilíbrio é possível – você pode manter padrões de qualidade sem se tornar escravo de expectativas impossíveis
• A vida acontece no presente – não espere pelo momento perfeito para começar a viver plenamente
Alessandra Alvarenga – Psicóloga